Em 19 de março é comemorado o Dia Mundial do Artesão. Nessa data simbólica, que homenageia os profissionais que privilegiam o processo manual na produção de itens, a gestão desta importante atividade econômica deixa de ser responsabilidade da Secretaria de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social (Setades), onde estava há dois anos, e retorna para a Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes).
Para o diretor-presidente da Aderes, Alberto Farias Gavini Filho, o retorno do artesanato à Agência é o reconhecimento de sua importância econômica. “Artesanato é desenvolvimento, geração de renda e empreendedorismo. Temos uma visão da atividade que vai além do ponto de vista assistencial. Queremos incrementá-la e promover sua expansão para outros setores, tornando-se um importante item de reconhecimento do Estado em níveis nacional e internacional”, afirma.
Com a mudança, umas das atividades que será coordenada também pela Aderes refere-se ao acompanhamento da emissão da Carteira de Artesão. Atualmente, 10.460 pessoas possuem a Carteira de Artesão no Espírito Santo, por meio da qual têm acesso facilitado às políticas públicas para o setor.
“A carteira garante o reconhecimento da atividade profissional; acesso às políticas públicas, como participação em feiras, cujos espaços são comprados pelo Governo Federal; além da emissão da nota fiscal eletrônica, que é diferencial para os artesãos que atuam no Espírito Santo”, explica o diretor-técnico da Aderes, Hugo Tofoli.
Os artesãos capixabas estão organizados em cerca de 80 associações, distribuídas pela Grande Vitória e interior do Estado. Além disso, aproximadamente, 15 mil famílias sobrevivem do trabalho desses empreendedores. Dentre os produtos mais conhecidos produzidos pelos artesãos capixabas destacam-se a panela de barro – que foi o primeiro bem cultural registrado, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), como como Patrimônio Imaterial, em 2002 –, e os trabalhos desenvolvidos por meio de conchas e escamas, além da fibra de bananeira.
Artesãos comemoram apoio ao empreendedorismo
A expectativa de artesãos como Marcos Ambrósio, especializado em entalhe em madeira, é muito positiva. “Ficamos os últimos quatro anos sem ações para a nossa área. Esperamos que o governo Casagrande nos valorize, como fez em sua primeira gestão”, revela.
Mestre Ambrósio, artesão há quarenta anos, diz que nessas quatro décadas o artesanato capixaba evoluiu muito. “Mudou completamente, principalmente na qualidade das peças produzidas, mérito de gestores que se ocuparam de desenvolver a atividade, como a Aderes”, lembra.
O entalhador aprendeu sozinho o ofício que executa por todos esses anos. “Desde menino sempre fui fascinado pela madeira. Comecei a esculpir e vender as minhas obras nas feiras de artesanato”, diz. Se os filhos não se interessaram por seguir seu caminho, o mesmo não se pode falar do neto Pedro Ivo, de sete anos. “Ele ainda não tem força para entalhar, mas já mostra interesse pelo artesanato”, comemora Ambrósio.
O mestre não é só um artesão de mão cheia. Também se dedica a ajudar a tornar o ambiente do artesanato mais propício a atuais e novos praticantes. “Sou presidente da Associação Capixaba de Artesãos, vice-presidente da Federação dos Artesãos do Espírito Santo e tesoureiro da Confederação Nacional dos Artesãos do Brasil”, explica.
Convidado a passar uma mensagem aos colegas que se dedicam ao artesanato, Ambrósio não hesita: “Desistir jamais, nunca. A profissão tem seus tropeços, mas também recompensas. Sempre vivi da minha arte”, diz.
Sobre o Dia do Artesão
· A profissão de artesão é uma das mais antigas do mundo, originada na pré-história.
· A data, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), presta uma homenagem aos artesãos e chama a atenção para a importância da sua atividade não só para a economia, como também para o folclore, a cultura, a história e o desenvolvimento de um povo.
· A data escolhida coincide com o Dia de São José, pai de Jesus, um artesão que se dedicava ao ofício da marcenaria, sendo este santo o protetor da categoria.
· A palavra artesão significa “aquele que trabalha com as mãos”.
· O artesanato é fruto da produção manual, sem sofrer ação de máquinas e equipamentos industriais, sendo considerado uma arte única e original.
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