Andrea Santos Moura trabalhava como promotora de vendas na área de cosméticos. Diante da necessidade de acompanhamento do filho Davi, na época com dois anos, deixou o emprego e, como muitos brasileiros, resolveu empreender em busca da flexibilidade de horário. O marido sugeriu uma barraca para venda de alimentos e Andrea, mesmo sem saber cozinhar, aceitou o desafio. Desde 2010 ela está à frente da Barraca da Andrea, em Eldorado, na Serra.
“Queria trabalhar com algo que me deixasse mais próxima da família. Comecei com uma barraca na rua, vendendo apenas cinco itens. Agora tenho meu empreendimento na garagem da minha casa, tenho clientela fixa, entrego encomendas para 40 bairros na Serra e em breve começaremos a atender também Vitória e Vila Velha. Desde 2012 eu me formalizei como microempreendedora individual”, comemora.
Andrea, que já teve funcionário de carteira assinada, agora trabalha com a filha, Amanda, e trouxe o marido para o empreendimento. “Ele saiu do emprego para atuarmos juntos”, explica.
Satisfeita com a escolha que fez, relembra todas as dificuldades e o aprendizado que acumulou durante esses anos. “Erramos muito, ganhávamos dinheiro e gastávamos, não tínhamos controle, não sabia gerir. Já quase fali”, lembra.
A história de Andrea é parecida com a de milhares de brasileiros que, em busca de flexibilidade e independência financeira, ou por vezes motivados pelo desemprego, buscam no empreendedorismo um novo caminho para as suas vidas. A categoria de MEI (microempreendedor individual) é uma porta de entrada para muitas pessoas na formalidade.
Criado em 2008, pela Lei Complementar 128, o MEI abrange os empreendedores cujo faturamento bruto anual seja de até R$ 81 mil em 490 atividades permitidas para o segmento. O MEI pode ter até um funcionário contratado e emitir nota fiscal e, mediante pagamento mensal, ter direito à cobertura previdenciária.
A diretora administrativa e financeira da Aderes (Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo), Sandra Aragão, explica que as mulheres, como Andrea, já são quase a metade dos microempreendedores individuais.
“O Espírito Santo já conta com cerca de 204 mil microempreendedores individuais, dos quais 100.830 são mulheres, o que corresponde a 49% deles. O número de mulheres empreendedoras tem aumentado, consideravelmente, no Estado, pois elas buscam no empreendedorismo a solução para contribuir com o orçamento familiar”, disse.
Segundo Sandra, os segmentos preferidos das mulheres são alimentação, vestuário e estética.
“Infelizmente o aumento do desemprego entre mulheres, que passou de 10% para 14% entre 2015 e 2018, as motivam a buscar esse desafio. Mas há de se considerar ainda que muitas procuram a flexibilidade do horário para cuidar do negócio e da família e a independência financeira”, relata. Sandra Aragão, enumera ainda as características femininas que fazem com que elas tenham sucesso como empreendedoras. “São criativas e detalhistas”, revela.
Há mulheres ainda que buscam no empreendedorismo uma forma de se realizarem profissionalmente. Esse foi o caso de Luciana Ambrosini. Enfermeira formada pela Ufes, com pós-graduação e aprovada em vários concursos, chegou a morar nos Estados Unidos, mas, ao voltar para o Brasil, resolveu dar uma reviravolta na carreira. “Minha mãe quase morreu de susto. Abandonei tudo e comecei a vender bolsas. Depois, resolvi empreender na área de estética, fiz vários cursos e me encontrei no ramo da estética terapêutica. Desde o início desse processo, em 2012, me formalizei como MEI”, conta.
Luciana começou atendendo em casa, depois foi para uma academia, em seguida para um salão de beleza até montar sua própria sala. Hoje ela tem o Espaço Luciana Ambrosini Estética Integrativa, além de dar aulas e se dedicar, ainda, ao voluntariado. “Não abro mão da formalização. Tenho MEI para estética e para instrutora”, relata.
“O modelo de negócio microempreendedor individual, que tem poucos custos e gera lucro rápido, vem apresentando constante crescimento. E as mulheres estão fazendo a diferença, dentro de casa, neste cenário de crise”, diz Sandra Aragão.
A mulher no empreendedorismo
• As MEI estão no comércio (52,95%), indústria (65,20%) e serviços (55%).
• No ranking das atividades econômicas, destaca-se o comércio varejista e artigos de vestuário, com 14.396 empreendedoras
• Em seguida vêm as cabeleireiras com 12.517 empreendedoras.
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