07/08/2020 19h08

Empreendedorismo ajuda mulheres a se libertarem da violência doméstica

Foi por meio do empreendedorismo que a coordenadora do projeto de economia solidária, Semearte, Kézia Alice dos Prazeres, se viu livre da violência doméstica. Se antes a vida era pautada por agressões, brigas, ameaças e espancamentos, hoje, ela ensina outras mulheres que é possível se libertar do agressor com coragem e trabalho.

Kézia Alice dos Prazeres, de 40 anos, contou que as agressões tiveram início no primeiro casamento, quando o marido, que era muito ciumento, não queria que ela tivesse contato com outras pessoas. A primeira agressão aconteceu depois de seis meses que estavam morando juntos, em Minas Gerais. Por conta disso, ela resolveu abandonar tudo e voltar para o Estado grávida.

No entanto, o companheiro veio atrás dela e por estar grávida e depender dele financeiramente, achou que podia acreditar nas desculpas que ele deu e dar uma nova  chance. “O casamento foi retomado e as agressões também. Ele bebia e se transformava, teve um dia que ele chegou em casa me bateu e quebrou tudo, chamaram a polícia e ele conseguiu fugir e voltar para Minas”, relatou.

Sozinha, com dois filhos, sem ter onde morar, sem apoio e dinheiro, ela resolveu que precisava fazer algo para sustentar a família, foi aí que passou a fazer acessórios de moda com restos de material de estofamento. “Comecei a trabalhar. Produzia meus acessórios, vendia e aí nasceu a In’Feito Brasil, me juntei a outras mulheres que também precisam produzir para romper a violência que sofriam”, disse a empreendedora.

A violência tinha ficado para trás, a vida ia no rumo certo e foi participando da igreja que ela resolveu dar mais uma chance para o amor. O companheiro que conheceu na igreja, parecia ser ideal, mas o tempo passou e os dias de filme de terror voltaram.     

A relação abusiva foi piorando, mais uma separação, até que dois anos depois, ele voltou e me fez refém junto com meus filhos por cerca de 20 horas. “Nesse dia perdi tudo, fui violentada, espancada, ameaçada, tudo que tinha dentro de casa destruído, até que minha filha de 15 anos conseguiu fugir, ele foi atrás dela, mas foi contido pelos vizinhos, que chamaram a polícia. Ele foi preso e apenado em 16 anos, mas depois de dois anos foi solto. Saí fugida da região que morava e tive que recomeçar”, lembrou.

A empreendedora foi para Feu Rosa, na Serra, onde montou o projeto de economia solidária Semearte. “Hoje, temos oito grupos de trabalho. O Semearte oferece capacitação na área de trabalhos manuais e artesanato, além de formação em economia solidária, já dei aula para aproximadamente três mil mulheres. Fomentando o empreendedorismo coletivo e social, contribuindo para o empoderamento feminino. ”

A Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo do Estado (Aderes), reforça a importância do empreendedorismo como ferramenta para o enfrentamento da violência doméstica contra a mulher.

 

DELAS

O projeto DELAS da Aderes é desenvolvido com o objetivo de capacitar mulheres que se encontram fora do mercado de trabalho, em situação de vulnerabilidade social, ou que não tiveram oportunidades de se capacitar e ter uma profissão, mas que desejam aprender um ofício e empreender. Este projeto visa ao resgate da autoestima de mulheres de todas as idades e classes sociais, dando oportunidade de apreender, empreender e gerar trabalho e renda, por intermédio de cursos, oficinas, capacitações e palestras.

 

Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação da Aderes
Débora Pedroza
debora.pedroza@aderes.es.gov.br

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